O amor é fodido!!!

Posted by Uma Coral chamada Petra on sexta-feira, 30 de outubro de 2009

foto: Sara Sa

"O amor é fodido. Hei-de acreditar sempre nisto. Onde quer que haja amor, ele acabará, mais tarde ou mais cedo, por ser fodido."
Miguel Esteves Cardoso

Eu já acreditava. O MEC já me tinha avisado, mas foi preciso viver uma história como a nossa para ter a certeza de que também eu...hei-de acreditar sempre nisto.


Dos nossos caminhos opostos...

Posted by Uma Coral chamada Petra on terça-feira, 20 de outubro de 2009

foto: Marisa Gonçalves

Quando me ligas, as tuas questões, as tuas palavras, provocam sempre um certo abanão na minha vida. Na minha vida…não sei se diria tanto, mas ainda há um efeito qualquer que me provocas. Estou certa que há muito que deixei de amar-te. Mas quando me ligas para falar de coisas banais, ou de coisas que nada têm a ver com amor, a tua voz do outro lado faz-me sempre pensar que tu já me foste tanto, já te tive tão próximo, numa parte tão privada do meu coração. Do quão dentro já lá estiveste. Nunca ninguém esteve lá da mesma forma que tu.
E depois também me faz pensar que estás tão afastado do que sou…muito afastado. Faz-me pensar nos fantasmas interiores que deixei em ti, e tu em mim.
Juntos ultrapassamos muitas barreiras. As barreiras externas, extrínsecas, superficiais. E as barreiras internas, intimas, privadas.
Lembraste quando me prometeste que estarias comigo em tudo e para tudo? Nós tínhamos um amor feliz. Ainda te lembras?
Eu não me esqueço. E às vezes tenho saudades. Uma saudade estranha, uma saudade que sei que não significa que te quero de volta. Até porque estou certa que há muito que deixei de amar-te. Se calhar não foi assim há tanto tempo, mas as circunstancias e as pessoas que se foram infiltrando no meio deste sentimento fazem-me sentir que afinal já passou tempo demais.
As escolhas e as selecções foram nossas. Eu virei costas e ergui a cabeça sozinha. Tu precisaste de uma muleta para virar costas. No fim disto tudo é bom perceber que nunca fomos uma muleta um para o outro. Fomos amor. Fomos apaixonados de uma forma tão ardente que aposto que te lembras muitas vezes. Eu não me esqueci. Não te amo, mas não me esqueci de ti.
Um dia também me falaste que fugir do que sentias por mim era uma opção consciente. Algumas opções minhas tinham sido inconscientes. E agora vejo que foram as tuas opções conscientes e as minhas inconscientes que coordenaram o nosso caminho. Caminhos opostos é certo…mas que terão sempre um rasto significativo e marcante da nossa paixão, das barreiras que nos trocaram as voltas, do nosso amor…daquele que deixou em mim uma certeza miudinha, de que talvez não volte a encontrar quem me faça sentir daquela forma…