Interrogações...

Posted by Uma Coral chamada Petra on sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

foto: Carlos Gonçalves


...não me deste os parabéns porque te esqueceste do meu aniversário? Ou não o fizeste prepositadamente porque sabias que esse gesto, ou a falta dele, me iria magoar ?
Confesso que fiquei na incerteza, mas não tenho qualquer dúvida de qual das duas opções me magoa mais...

" As palavras que sempre te direi" - Um ano...

Posted by Uma Coral chamada Petra on quarta-feira, 9 de dezembro de 2009


Há um ano atrás nasceu este blog. Um ano de palavras sempre ditas.
Voltei a reler do primeiro, ao ultimo texto...e a ter a certeza de que terei sempre palavras...e nunca deixarei de as usar.

”Isso vai lá com o tempo”.

Posted by Uma Coral chamada Petra on segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

foto: Graça Loureiro

“ Vão dizer-te que isso vai lá com o tempo. Vão dizer-te, muitas vezes, que isso vai lá com o tempo. Não vais acreditar em nenhuma delas. Vais encolher os ombros por dentro, com a certeza absoluta que ninguém te entende. Que ninguém consegue perceber em quantas tiras está o teu coração rasgado. Na tua cabeça, vais rever tudo. Todos os dias. O que disseste, o que calaste, o que devias ter dito, o que ainda esperas poder dizer, o que ainda esperas poder ouvir. Exactamente três segundos depois de pensares que foi melhor assim, que antes agora que mais tarde, vais sentir que não. Que mais valia mais tarde. Que podia ter sido diferente. Que mais vale a solidão a dois do que esta, que vives agora sozinha. E depois volta a estar tudo bem. E pensas que foi melhor assim. E três segundos, exactamente três segundos depois, voltarás a ser a pessoa do coração às tiras. A chuva não ajuda. E sei que te sentes como o tempo lá fora. Mesmo que fosse verão, o teu quarto pareceria sempre cinzento ao olhares para o que sobrou. Agora parece pouco, com o tempo verás que é muito mais do que isso. Não queria ser mais uma a usar a desculpa do tempo, mas não tenho outra. Aliás, têm-me faltado as palavras. Faltam-me sempre, nestas ocasiões. E é por isso que, quase sempre, fico calada. Porque já estive aí e sei que não há palavras milagrosas. Porque sei que cada vez que o telemóvel toca são segundos de esperança infundada. E, depois, desilusão. Por isso digo o menos possível, porque sei que não são as minhas palavras que queres ler. O pior de tudo é isso. A expectativa. Os dias a passar e não acontece nada. Porque é que não acontece nada? Como é que não acontece nada? As perguntas multiplicam-se e atropelam-se. Há sempre mais perguntas, só não há ninguém para lhes dar resposta. Sei que não te vai apetecer dizer nada. Como sei que te vai apetecer falar, falar, falar, até à exaustão, na tentativa de encontrar alguma explicação que te faça sentido. Sei que não te vai apetecer sair da cama durante uma semana. Como sei que não vais querer parar um minuto, para não teres de pensar. Gostava de não dizer que isto passa com o tempo. Por isso prefiro não dizer nada. “

Descaradamente “roubado” Daqui

Disseram-me isto centenas de vezes, por palavras mais ou menos parecidas. ”Isso vai lá com o tempo”. Diziam-me baixinho, ao ouvido, algumas vezes diziam-no sem falar. Sempre para me acalmar naqueles momentos de sufoco. Não resultava, ou pelo menos não amenizava. Porque de facto nunca acreditava , achava que aquela dor iria durar para sempre. Mas hoje, olhando para trás, sabe tão bem lembrar as pessoas que o disseram num abraço apertado, que na altura nada resolvia, mas que hoje sei, terem sido fundamentais. Ainda não sei dizer ao certo o que é que o tempo resolveu, ou o que acabou por ir ao sitio, mas a dor, essa diminuiu. O tempo ajudou. Estou certa disso.Mas precisei de vários factores aliados ao tempo. Tive que aprender a “reconstruir” o meu coração. Também é verdade que ás vezes, ainda vejo lá uma mancha. A mancha deixada por ti.Por mim. Por nós. Que eu sei que já devia ter desaparecido, mas o tempo ainda não foi capaz de a remover. Sinto-a cada vez mais pequena, mas por mais minúscula que ela seja, eu sei que ela está lá e só eu sei o quanto por vezes, ainda me incomoda. Houve alturas , em que deixei de a ver. Mas ela não tinha desaparecido. Estava encoberta. Só que as manchas continuam a ser manchas, mesmo quando as tapamos. E sabes o que é que me dizem, quando ainda falo nela ? ”Isso vai lá com o tempo”. E eu acredito. Desta vez acredito. Porque se o tempo ajuda a “reconstruir” corações, também há-de ajudar a remover a mancha que vive no meu.

Explosão adiada...

Posted by Uma Coral chamada Petra on quarta-feira, 2 de dezembro de 2009


Antigamente era tão fácil escrever para ti. Nos dias de hoje, parece que as palavras me ficam presas nos dedos e não conseguem saltar para o teclado, ou da caneta para o papel.
Sei bem que tenho palavras atropeladas umas pelas outras no meu cérebro. Tenho-as presas na garganta e aglomeradas nos dedos. Sinto-as amontoadas e cada vez mais apertadas. Estão em grupo e multiplicam-se todos os dias.

Por isso sei, que mais dia, menos dia, elas vão sair...letra por letra, aos pares ou em grupo.
Sinceramente, no meu íntimo, acho que tenho evitado escrever para ti, porque também sei, que quando esse dia chegar as palavras vão sair em forma de explosão. E tu também sabes, que uma explosão raramente traz coisas boas...sobretudo se o que pode ir pelos ares é algo associado a "sentimentos".