Lembrei-me...

Posted by Uma Coral chamada Petra on sexta-feira, 10 de abril de 2009

foto:Autor(a) Daniel Pedrogam / Modelo: Irina Brovichka

Lembrei-me das expressões coniventes e consumadas, das comunicações compulsivas e fatais, do tempo extraviado e dos instantes perdidos.
Lembrei-me que se calhar tu já nem te lembras de quem sou, de quem fui e do que vou ser. Dos sonhos que tiveste, dos sonhos que te criei. Das minhas quimeras e visões alargadas sobre o mundo e as pessoas.
Lembrei-me das minhas emoções destiladas, do tanto que chorei. De quando me agarraste a cara com as duas mãos, ma ergueste e me disseste com os olhos cheios de água que me amavas, mas que tinhas a certeza que iríamos por caminhos contrários.
Tinha-te mostrado todos os lados da vida, apresentei-te desordens e perturbações, e isso tu sabias que não querias mais.
O amor não vence tudo. Foi essa uma das grandes lições da nossa história.
Pergunto-me como verás tu o amor depois de tudo o que nos aconteceu.
Como será esse teu novo amor, se consegues vive-lo sem receio, sem duvidas…
Se tal como eu, tens medo de não conseguir voltar a amar com a intensidade com que me amaste a mim...

Perdoo-te a ti, e perdoo-me a mim...

Posted by Uma Coral chamada Petra on quarta-feira, 8 de abril de 2009


Hoje quando saí do banho e enquanto limpava as pingas de agua que deslizavam no meu corpo dei por mim a pensar em ti. Enquanto as minhas mãos ofereciam a hidratação habitual á minha pele fui assaltada pela tua imagem no meu cérebro. Enquanto mimava a minha pele tu estiveste presente no meu pensamento.
Lembrei-me das horas em que esperei por ti e das horas infinitas que te fiz esperar por mim. Das expectativas ...minhas e tuas. Do quanto gostei de ti e tu de mim, e de que esse quanto não foi suficiente.
Lembrei-me das noites de insónias, as noites arrefecidas pela tua ausência. Dos telefonemas exaltados. Dos dias aflitos e atormentados. Das manhãs dolorosamente entorpecidas. Das verdades que insisti em gritar. Da realidade dos mundos opostos que chegou tarde demais. Lembrei-me da paz negada, dos sorrisos perdidos e dos sonhos anulados.
Hoje lembrei-me de ti.

E ainda bem que assim foi. É por isso que voltaram as minhas palavras para ti. Inacreditavelmente acabo de sentir uma dose de contentamento por terem regressado, porque hoje elas antes de serem para ti...são para mim.
Porque hoje percebi que chegou a hora de absolver-me dos meus pecados, de perdoar-me pelas minhas fraquezas...hoje percebi que chegou o momento de absolver-te das tuas culpas e desculpar-te também a ti pela tua falta de solidez.
Porque hoje percebi que chegou o momento de perdoar-te por conseguires seguir o teu rumo sem olhares para trás, e perdoar-me a mim por não ter feito os impossíveis.
Perdoo-te a ti, e perdoo-me a mim.